Em 8 de Janeiro de 2008 tive oportunidade de participar no Fórum do Futebol em Santarém. Pediram-me na altura para que abordasse a relação entre o futebol profissional e o futebol não profissional. Tive então oportunidade de expressar o meu pensamento sobre o trabalho que é desenvolvido pelas associações de futebol distritais. Lembro-me que afirmei: “são insubstituíveis e imprescindíveis”.
Hoje penso precisamente a mesma coisa. Trabalham o futebol não profissional de forma desinteressada e apaixonada e trabalham com enorme carinho o futebol formação. Assumem neste momento particularmente difícil do nosso futebol um papel de maior relevância pois a reforma estatutária na FPF precisa de ser concluída. É nestes momentos, difíceis, que o futebol precisa de estar coeso, unido, forte para resistir às ameaças vindas de fora.
A legislação em vigor mais concretamente o regime jurídico aponta para um novo ordenamento em termos de disciplina e arbitragem, obrigando a saírem da Liga e constituindo secções profissionais no seio da Federação. Esta é uma alteração que tem como objectivo principal a uniformização de critérios.
Este impasse está também a ser um factor de preocupação na gestão de Fernando Gomes. Aproveito esta oportunidade para manifestar a minha confiança no trabalho que está a ser desenvolvido pela equipa liderada por Fernando Gomes na Liga. Alterou os estatutos procurando optimizar os recursos e prepará-la ao mesmo tempo para os novos desafios que se aproximam.
Estou certo que com os novos estatutos da Federação aprovados e com a suspensão da utilidade pública levantada o futebol viverá com mais tranquilidade pois as questões laterais provocam desunião, desconfiança e retiram energia e concentração a quem tem a missão de tratar das competições e unir todos os agentes envolvidos para o fortalecimento do negócio.
Ontem era tarde.
Pontapé-de-saída, A Bola, 21/09/2010