Portugal e Espanha tinham todas as condições para organizar em 2018 o Campeonato do Mundo de Futebol. A FIFA decidiu correr mais riscos e escolheu a Rússia.
A candidatura ibérica foi limpa e apresentou de forma clara e transparente os seus argumentos que não foram suficientes para convencer o Comité Executivo da FIFA.
Este comité precisa de ser renovado. A idade média para a reforma na Europa é de 65 anos. Ao olharmos para os 22 que escolheram a Rússia para 2018 e o Catar para 2022, verificamos que a média etária é de 64,45 anos, muito próximo da reforma. Estas pessoas têm uma tendência para se eternizarem nos cargos e nem sempre isso dá bom resultado. A limitação dos mandatos resolve a situação.
A FIFA precisa de ser mais transparente, não basta ser é preciso parecer. Segundo informações recolhidas as escolhas não se basearam nas vistorias efectuadas, mas sim em outros critérios como a expansão a leste do negócio do futebol. A escolha do Catar como o mais pequeno país de sempre a receber um campeonato do mundo é também bastante enigmática quando concorria com os EUA e o Japão. Enfim, critérios.
A FIFA procura novos mercados relegando para um plano secundário questões como a segurança e a experiência.
Os milhões disponibilizados pela Rússia abriram o apetite à FIFA.
Esperemos agora que tudo corra bem e Portugal consiga com tranquilidade ser apurado para o Mundial da Rússia e já agora do Catar.
Terminado o sonho do Mundial, voltemos à normalidade mas julgo importante não desperdiçar o trabalho feito em conjunto com a Espanha. Devemos continuar esta aproximação não só no futebol mas também alargar a outras modalidades.
Já que estamos a falar de Espanha não posso deixar de fazer referência à extraordinária exibição do Barcelona frente ao Real Madrid. Até parece fácil.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 06/12/2010