Tenho sido desafiado a dar a minha opinião sobre o referendo ao aborto no próximo dia 11 de Fevereiro.
Sempre que se aborda este tema, somos confrontados com exageros, do Sim e do Não. A demagogia instala-se de parte a parte e ocupa o lugar da moderação, seriedade e racionalidade que deve existir numa matéria com esta delicadeza e complexidade.
É verdade que existe um problema social e não vale a pena enterrar a cabeça na areia: – aborto clandestino.
Este flagelo tem que ser combatido com medidas fortes, educativas e sociais.
Mas também é verdade que, a protecção da natalidade, a educação sexual e o planeamento familiar não podem ficar só no papel ou serem permanentemente adiados.
Todos fazem muitas promessas e todos fazem muito pouco ou quase nada. Chegou a hora de uma atitude nova.
Quero também que fique bem claro: não sou favorável à pena de prisão para a mulher que decide abortar, antes ou depois das 10 semanas, não quero as mulheres nos tribunais e a legislação vai ter que ser alterada.
A desinformação sobre esta matéria é gritante.
A Lei actual já despenaliza o aborto nos casos de violação, perigo para
A nossa sociedade precisa de valores e precisa de referências.
Esta não é uma questão de esquerda ou de direita, nem é do Partido A ou do Partido B, nem mesmo uma questão relacionada com a visão moderna da vida.
O aproveitamento político de alguns só descredibiliza o instrumento do referendo.
A liberdade também exige responsabilidade.
Despenalizar, sim.
Liberalizar, NÃO.
No próximo dia