NÃO

31 de Janeiro de 2007

Tenho sido desafiado a dar a minha opinião sobre o referendo ao aborto no próximo dia 11 de Fevereiro.

Sempre que se aborda este tema, somos confrontados com exageros, do Sim e do Não. A demagogia instala-se de parte a parte e ocupa o lugar da moderação, seriedade e racionalidade que deve existir numa matéria com esta delicadeza e complexidade.

É verdade que existe um problema social e não vale a pena enterrar a cabeça na areia:  – aborto clandestino.

Este flagelo tem que ser combatido com medidas fortes, educativas e sociais.

Mas também é verdade que, a protecção da natalidade, a educação sexual e o planeamento familiar não podem ficar só no papel ou serem permanentemente adiados.

Todos fazem muitas promessas e todos fazem muito pouco ou quase nada. Chegou a hora de uma atitude nova.

Quero também que fique bem claro: não sou favorável à pena de prisão para a mulher que decide abortar, antes ou depois das 10 semanas, não quero as mulheres nos tribunais e a legislação vai ter que ser alterada.

A desinformação sobre esta matéria é gritante.

A Lei actual já despenaliza o aborto nos casos de violação, perigo para a saúde física e psíquica da mãe e doença grave ou malformação do feto.

A nossa sociedade precisa de valores e precisa de referências.

Esta não é uma questão de esquerda ou de direita, nem é do Partido A ou do Partido B, nem mesmo uma questão relacionada com a visão moderna da vida.

O aproveitamento político de alguns só descredibiliza o instrumento do referendo.

A liberdade também exige responsabilidade.

Despenalizar, sim.

Liberalizar, NÃO.

No próximo dia 11, a resposta à pergunta feita no referendo será: NÃO.

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