Tenho procurado seguir com atenção todas as questões relacionadas com o encerramento das maternidades.
Muitas asneiras estão a ser ditas, a argumentação procurada para defender as diferentes posições também tem sido mais emocional que racional.
Sou contra o encerramento de maternidades, não é novidade nem é uma posição recente, muito em particular contra o encerramento da maternidade de Oliveira de Azeméis, mas respeito quem tem opinião diferente como exigo que respeitem a minha. Respeito também quem tem o poder de decisão, mesmo quando não concordo. São as regras da democracia.
Respeitando as regras também exijo que não existam para as mesmas situações dois pesos e duas medidas. O senhor Ministro nesta matéria ainda não encontrou o registo certo e mais grave já começou a recuar. Se não vejamos:
Primeiro fechava todos os blocos com menos de 1500 partos/ano e em segundo lugar esta decisão não era uma questão orçamental. No primeiro exemplo deixo em baixo a listagem dos blocos com menos de 1500 partos onde facilmente se verifica a falta de rigor da decisão tomada.
No segundo, o exemplo mais significativo está relacionado com Lamego. Fecha já, foi a decisão do ministro, pois não existiam médicos. Prontamente o Presidente da Câmara informou via comunicação social que " pagava" o médico levando o senhor ministro (por acaso eleito deputado municipal em Viseu) a recuar na decisão, provando-se que o problema era só financeiro, pois a maternidade ainda está a funcionar.
A procissão ainda vai no adro.
A este respeito ouvi com atenção a intervenção da Drª Manuela Ferreira Leite no programa Falar Claro da Rádio Renascença e lamento que as suas palavras estejam a ser mal interpretadas e retiradas do contexto do programa. É a vida, " quem anda à chuva molha-se". Para a próxima precisa de ter mais cuidado com as palavras, pois o aproveitamento das mesmas não foi muito correcto.
Aqui deixo a listagem das maternidades com menos de 1500 partos para se perceberem os dois pesos e as duas medidas bem como o rigor da decisão:
Elvas – 265, Bragança – 398, Mirandela – 469, Chaves – 499, Portalegre – 458, Santo Tirso – 829, Oliveira de Azeméis – 719, Castelo Branco – 532, Cova da Beira – 741, Figueira da Foz – 675, Guarda – 850, Lamego – 574, Barcelos – 1022, Famalicão – 1334, Amarante – 1169, Sto António (Porto) – 1212, P.Varzim/Vila Conde – 1241, Cascais – 1198, Torres Vedras – 1195, V.Franca Xira – 1337, Santarém – 1205, Beja – 1344, Vila Real/Régua – 1390. (Fonte DGS/2004)