O futebol português está numa encruzilhada muito grande com providências cautelares, impugnações e outras questões de ordem legal.
Importa rapidamente todos assumirem as suas responsabilidades, pois o futebol não pode continuar mais tempo fora da lei.
O futebol em Portugal recuperou nos últimos anos credibilidade que lhe permite valorizar os activos e potenciar as suas receitas.
A teimosia de algumas associações está a levar o futebol para um beco sem saída.
Há um princípio fundamental que temos todos que aceitar e cumprir, somos um estado de direito, com direitos e obrigações, gostemos mais ou menos.
Já algum tempo atrás a FIFA pronunciou-se sobre caricata e original situação de desobediência clara à legislação em vigor. Mais recentemente a UEFA aproveitando a presença de Gilberto Madail na sua sede recolheu informação sobre o impasse e através do seu secretário-geral, Gianni Infantino, escreveu à FPF dando nota do descontentamento relativamente ao comportamento de alguns sócios e a possibilidade de medidas muito graves que irão provocar danos irreparáveis aos clubes que participam nas competições europeias e da própria selecção nacional.
Estão a brincar com o fogo e o mais interessante é que os “incendiários” demonstram uma desconcertante insensibilidade relativamente ao futuro.
Chegou o momento dos clubes saberem se este bloqueio é para continuar. Porto, Lisboa, Aveiro e Braga são as que têm no seu seio mais clubes que participam nas competições profissionais, logo devem questionar as associações sobre o seu posicionamento.
A impugnação da A.G. do dia 29, a insistência das eleições a 5 de Fevereiro bem como a apreciação feita ao Tribunal Arbitral presidido por Alexandre Mestre são motivo de profunda preocupação.
Ninguém está acima da lei nem o futebol pode continuar fora da lei.
Pontapé-de-Saída, A Bola, 17/01/2011