ASSIM NÃO

23 de Setembro de 2006

Recentemente baseado num estudo discutível o Ministro da Saúde por despacho encerrou a maternidade do Hospital S. Miguel em Oliveira de Azeméis. Aqui neste espaço expressei a minha (o)posição. Registo que essa mesma decisão não tenha sido comentada por nenhum responsável de hospitais de concelhos vizinhos que recorriam a esses serviços.

Hoje estou espantado. Li no jornal Público uma declaração do director do hospital de S.João da Madeira sobre outro estudo relativo ao serviço de urgência.

Repito, quanto à maternidade, silêncio total, nem uma palavrinha.

Como é público o Ministro da Saúde tem em sua posse um estudo prévio onde aponta para o encerramento de 14 urgências. O distrito de Aveiro é particularmente prejudicado, pois das 14 a encerrar 5 são de Aveiro. Anadia, Estarreja, Ovar, S.J. Madeira e Espinho.

Em primeiro lugar é preciso conhecer o estudo. Onde está? Quem fez? A decisão é económica ou política?

Após o seu conhecimento e estudo, devem os responsáveis tomar posições firmes e fortes, se assim se justificar. Compete aos responsáveis locais, distritais e regionais essa posição, defender os interesses da população que servem.

Mas esta defesa tem que ter limites. A argumentação não deve ser à custa do vizinho do lado. A argumentação do director do hospital de S.J. Madeira é no minímo lamentável, perigosa e muito redutora. É preciso alguma contenção. Não vale tudo.

A solidariedade tem sempre dois sentidos.

O estudo que foi pedido é na minha opinião muito discutível, logo é preciso tomar posições mas não à custa de ninguém.

Para defendermos o "nosso" não precisamos de falar do vizinho do lado. Fica mesmo muito mal.

Defender sempre mas não à custa dos outros.

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