MATERNIDADE VIVA

2 de Março de 2006

Temos assistido nos últimos dias a anúncios que apontam para o encerramento dos mais diversos serviços. Hospitais, centros de saúde, escolas, são alguns exemplos. A extinção de freguesias também está em cima da mesa, pese embora o recuo avisado do Ministro António Costa no encerramento do Congresso da ANAFRE.

O encerramento de maternidades já fez correr rios de tinta. Não é de hoje, mas já lá vai um bom par de anos que ouço falar no encerramento da maternidade do Hospital de Oliveira de Azeméis.

Sem bairrismos saloios mas com firmeza e determinação vamos tentar discutir com quem sabe desta matéria. O Senhor Ministro da Saúde é fundamental para podermos ouvir de viva voz o que pensa sobre o assunto. Aguardemos pois a marcação da reunião que espero não seja para apresentar factos consumados.

Muito se fala de " tecnicamente" isto e aquilo. Então vamos lá falar tecnicamente.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, diz que será intrasigente a defender os interesses dos doentes. Estas declarações são ditas na sequência do estudo coordenado pelo Director da Maternidade Alfredo da Costa, Dr. Jorge Branco, onde este afirma que um terço dos blocos de parto do país, onde nascem 10% dos Portugueses anualmente, não tem as condições de segurança devidas.

Pois é ,até aqui julgo estarmos todos de acordo.

Continuando a falar tecnicamente, o Presidente do Colégio da Especialidade de Obstetrícia e Ginecologia, Dr. Luís Graça afirma que está de acordo e vai mais longe defendendo que cinco ou seis blocos deviam encerrar urgentemente: "Não faz sentido que estejam abertos blocos de parto que fazem menos de 300 nascimentos por ano", apontando para os 1500 como desejáveis.

É aqui que entra a decisão politica suportada em questões técnicas.

Sabemos que a nossa maternidade não chega aos 1500 partos, mas faz o dobro, repito o dobro, dos 300 partos que são apontados para o encerramento.

Saibamos estar atentos, com firmeza e determinação, sem resignação antecipada e com argumentação sustentada para podermos defender o melhor para Oliveira de Azeméis.

Sabemos pela voz do Presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Dr. Fernando Regateiro que o processo das obras previstas, ou melhor a inciar,  foi mandado parar pelos seus serviços, explicando que estava em curso um estudo de complementariedade dos hospitais do norte do Distrito de Aveiro.

Esperamos  pelos resultados dos estudos com elevação e com a serenidade que estes assuntos merecem, continuando igualmente a aguardar pela marcação da reunião com o Senhor Ministro da Saúde, que a marcou para 16 de Fevereiro e alterou sem apresentar nova data.

Começo a perceber que alguns passem o tempo a escrever sobre outros assuntos. Será para desviar atenções? Espero que não, pois os assuntos da Saúde devem mobilizar todos, politicos e sociedade civil. Por mim continuo a acreditar que é possivel ter bons cuidados de saúde no nosso concelho. 

4 Linhas

Partilhe:

Deixe um comentário:

Deixe um comentário